Uma  peração da Polícia Civil, deflagrada na terça-feira (19), apura suspeitas de fraudes em licitações e de funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na instituição, na casa do presidente, o vereador Gleiton Luiz Roque (PTB), além de postos de combustíveis e na residência de um empresário, que foi preso em flagrante por porte ilegal de armas.
De acordo com o delegado Humberto Teófilo Menezes, responsável pelas investigações, o material apreendido precisa ser analisado em detalhes. “Há indícios de irregularidades, que terão que ser analisados com mais calma, para comprovar ou não a existência do crime”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal afirmou à TV Anhanguera que todas as licitações são feitas dentro da lei, e que não existe desvio de dinheiro. O vereador afirmou ainda que está colaborando com as investigações.
A operação, denominada “Assepsia”, foi deflagrada na manhã de terça-feira e gerou a apreensão de computadores e documentos. Segundo o delegado Humberto Teófilo Menezes, responsável pelo caso, a investigação começou a partir da denúncia de que a Câmara teria gasto quase 700 litros de gasolina em pleno recesso parlamentar, na frota de um carro e duas motos.
No portal do Tribunal de Contas do Município (TCM) aparece a despesa com combustíveis referente a janeiro de 2017, no valor de mais de R$ 2,2 mil. Depois disto, foi aberta uma licitação e a mesma rede de postos saiu vencedora, pegando um contrato de R$ 26.250.
“Há a denúncia de que houve fraude nesta licitação, onde o posto de combustíveis alvo da investigação, venceu o procedimento, uma carta convite”, afirmou.
Procurado pela TV Anhanguera, o dono da rede de combustíveis investigada disse que não vai comentar o assunto.

Funcionários fantasmas
Além da fraude em licitação, a polícia investiga a contratação de funcionários fantasmas. Na prestação de contas do TCM, no mês de julho, a Câmara tinha 83 funcionários, mas o presidente afirma que o número é menor.
“Juntando secretaria, controle, tudo, dão cerca de 60 funcionários. Isso aí é uma inverdade, até onde eu conheço aqui na casa, todos vêm trabalhar. Se eles não vêm aqui todo dia, eles trabalham na rua, trabalham junto com o vereador, fazem visitas, vão na Secretaria de Saúde”, argumentou o vereador conhecido como “Tumate”.
Para o delegado, a instituição apresentou uma conduta suspeita, após ser notificada.
“Nós oficiamos o diretor contábil da Câmara Municipal, solicitando as folhas de ponto de todos os funcionários efetivos e comissionados, e houve uma movimentação atípica. O fato que chamou atenção foi servidores foram exonerados de um dia para o outro, após a delegacia oficiar a diretoria da Câmara”, afirmou.

FONTE: GLOBO.COM